quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sete em cada dez brasileiros acreditam que esclerose múltipla é doença de idosos

Em comemoração ao Dia Nacional da Esclerose Múltipla o Ibope fez uma pesquisa com mais de mil pessoas no país para investigar o conhecimento da população sobre a doença. Cerca de 70% dos brasileiros acreditam que a esclerose múltipla atinge mais idosos, apesar de saberem (em sua grande maioria) que esclerose e esclerose múltipla são doenças diferentes.

Apesar da percepção geral, a esclerose múltipla é mais comum em mulheres (duas para cada homem) entre 20 e 40 anos. São aproximadamente 2,5 milhões de pacientes em todo o mundo com a doença e mais de 30 mil no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM).
“A esclerose múltipla (EM) é uma doença auto imune. O corpo reconhece a bainha de mielina (estrutura que envolve o neurônio, facilitando a transmissão dos impulsos nervosos) como agressora e passa a atacá-la”, explica Rodrigo Barbosa Thomaz, médico neurologista do Catem (Centro de Atendimento e Tratamento da Esclerose Múltipla) da Santa Casa de São Paulo. A EM evolui para incapacidade física, fadiga e déficit cognitivo.
A doença crônica atinge o sistema nervoso central e não tem cura. Segundo a pesquisa, 60% das pessoas já ouviram falar de esclerose múltipla, destas 58% acreditam que a doença não tenha cura, mas na população em geral o número cai para 46%.

Sintomas


“O importante é a pessoa procurar ou ser encaminhada a um neurologista quando os primeiros sintomas aparecerem, como formigamento nos braços e/ou pernas que duram dias, embaçamento visual, diminuição de visão geralmente de apenas um olho e tonturas recorrentes”, diz Thomaz. Fadiga e urgência urinária também são sintomas.
Ainda de acordo com a pesquisa do Ibope, a maioria da população não sabe que especialidade médica é a responsável por tratar da EM e, por isto, acaba demorando a ter o diagnóstico da doença.
Por meio de ressonância magnética, o neurologista consegue ver alterações na bainha que indicam a EM e assim pode controlar os danos precocemente. Os sintomas são decorrentes do local onde a lesão acontece. Se ocorrer no lobo temporal, por exemplo, a pessoa sente dificuldades para falar; se ocorre na medula, pode alterar a motricidade (capacidade das células nervosas de determinar a contração muscular) e a sensibilidade.
“A maioria dos pacientes poderá viver por mais de 15 anos sem sintomas importantes, trabalhando ou estudando normalmente”, afirma Marcos Alvarenga, neurologista do Centro de Referência para o Tratamento da Esclerose Múltipla do Hospital da Lagoa, no Rio de Janeiro.

Tratamento

“A vida sofre um impacto ao descobrir a doença que é imprevisível. A pessoa pode apresentar um sintoma e melhorar. Nos primeiros cinco anos é comum ter surtos e a bainha regenerar, mas depois não tem uma recuperação espontânea, e o paciente vai acumulando dificuldades de equilíbrio, movimento”, conta Thomaz.
O tratamento ajuda a evitar os surtos e suas conseqüências. Existem três frentes de medicamentos: um com imunomoduladores para a própria doença, outro com corticóides nos momentos de surto e o tratamento dos sintomas.
Por conta dos surtos há diminuição de força e rigidez muscular. Surgem problemas de incontinência urinária, tontura, fraqueza e cansaço inexplicável.
“Os remédios são capazes de diminuir as lesões em 40% das pessoas e controlam os surtos em 70%”, diz Thomaz. O médico indica que 50% dos pacientes sem tratamento terão alguma dificuldade para andar em 15 anos.
Segundo José Carlos Truzzi , doutor em urologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cerca de 90% dos pacientes com EM têm disfunção urinária. “Um grande número de portadores da doença terá suas atividades limitadas de modo mais intenso pelos transtornos urinários do que pela doença neurológica em si”.
Para o especialista, o problema é, indiscutivelmente, o maior impacto social para o portador da doença. “O receio de perder urina e o transtorno provocado pelo odor fazem com que os problemas se multipliquem, sem contar a limitação imposta pela própria doença. Além disso, restringe as atividades profissionais, diminui a qualidade de vida, comprometendo, inclusive, o relacionamento sexual”. Apesar disto, já existem tratamentos para controlar os sintomas.


Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/08/30/sete-em-cada-dez-brasileiros-acreditam-que-esclerose-multipla-e-doenca-de-idosos.jhtm

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Pesquisadores descobrem como hormônio ativa células do sistema imunológico

Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros desvendou a via bioquímica pela qual a melatonina – um hormônio produzido pela glândula pineal e em células do sistema imunológico – modula a morte induzida por ativação de determinadas células T, que são glóbulos brancos especializados em matar células contaminadas por microrganismos intracelulares, inacessíveis aos anticorpos circulantes.

O estudo teve participação de cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Imunologia e do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os resultados foram publicados no Journal of Immunology em artigo que mereceu um comentário na mesma edição.
Autor principal do artigo, Gustavo Amarante-Mendes, professor do Departamento de Imunologia do ICB-USP, explica que a melatonina já é utilizada clinicamente para tratar distúrbios do sono, por exemplo. Mas, até agora, nada foi explorado em relação ao sistema imunológico.
“O foco do estudo foi avaliar se a melatonina teria um papel na regulação da resposta imune. Essa foi a questão científica que uniu nossos grupos em torno desse trabalho”, disse à Agência FAPESP.
O laboratório coordenado por Amarante-Mendes é voltado para o estudo da sinalização e da morte celular em câncer e no sistema imunológico. “Uma de nossas linhas de pesquisa consiste em estudar a regulação dos receptores de morte celular, a expressão dos receptores e a sinalização efetuada quando os ligantes engajam esses receptores”, explicou.
Os pesquisadores publicaram dois trabalhos anteriores na mesma linha de investigação. Um deles, em 2008, na revista Cell Death and Differentiation, mostrou a regulação da expressão do receptor CD95L – cuja ativação leva à morte celular – pelo hormônio prostaglandina E2. “No segundo artigo, demonstramos o mesmo tipo de regulação por outra molécula, a melatonina”, disse.
A melatonina, segundo ele, é um hormônio inicialmente descrito como sendo produzido na glândula pineal, mas cada vez mais se consolida o conceito de que ela também é produzida em outros pontos no organismo.
“Aparentemente, em situações inflamatórias a produção de melatonina no próprio local da inflamação é até maior do que a produção pineal. Assim, nos interessamos por estudar até que ponto esse hormônio tem o efeito de modular a relação entre o sistema imune e a inflamação”, contou.
Segundo Amarante-Mendes, o interesse por essa questão científica levou seu grupo do ICB-USP a trabalhar em colaboração com a equipe liderada por Ana Campa, da FCF-USP – coautora do artigo na Journal of Immunology, que tem grande experiência em trabalhos sobre melatonina.
Os primeiros autores do artigo, Alziana Moreno da Cunha Pedrosa e Ricardo Weinlich – respectivamente orientandos de doutorado de Ana e de Amarante-Mendes, tiveram Bolsa da FAPESP. Participaram ainda do estudo Giuliana Patricia Mognol, Bruno Kaufmann Robbs e João Paulo de Biaso Viola, todos do Inca.
“Nossa questão mais geral consistia em saber se, nas situações em que há inflamação ou infecção, existia a produção de alguma via de sinalização extra que controlasse a existência de células T-Helper”, disse. As células T-Helper, também conhecidas como linfócitos CD4+, são os intermediários da resposta imune que proliferam após o contato com o antígeno para ativar outros tipos de células com ação mais direta.

Expansão imunológica

O grupo demonstrou, no primeiro artigo, que em resposta a padrões moleculares presentes em patógenos, as células apresentadoras de antígeno liberam a prostaglandina E2. “O hormônio atua nas células T-Helper, que são estimuladas pelas células apresentadoras de antígeno de tal maneira que essas células T não acionam os receptores CD95L”, explicou Amarante-Mendes.
A interpretação desses resultados, segundo ele, tem duas interpretações possíveis. Uma delas é que os receptores CD95L, quando aumentados pelo estímulo antigênico, podem levar ao fenômeno conhecido como morte celular induzida por ativação – o que regula a sobrevivência da célula T.
“Por outro lado, os receptores CD95L poderiam também estimular a morte da célula apresentadora, o que também contribuiria para a expansão da ligação clonal. Nos dois casos, o CD95L é uma molécula que estaria controlando a expansão e, portanto, a resposta imune mediada pelas células T-Helper”, disse.
No primeiro trabalho, de acordo com Amarante-Mendes, o grupo descreveu uma via de reconhecimento de infecções, gerando um mediador lipídico para a célula apresentadora.
“No segundo caso, mostramos que a melatonina produzida em resposta inflamatória, com a presença ou não de infecção, também previne o aumento da expressão do receptor CD95L. Nesse caso em particular, descrevemos completamente a via bioquímica, mostrando que a melatonina interage com o NFAT, um fator de transcrição que é fundamental para a expressão do CD95L”, disse.
Na presença de melatonina, não há ativação do NFAT, portanto a transcrição do receptor CD95L não aparece e isso regula a sobrevivência da possível expansão da resposta imunológica.
“Nosso objetivo agora, tanto no caso da prostaglandina como no caso da melatonina, é contextualizar esses processos biologicamente em algum sistema de infecção com camundongos, por exemplo. Estamos procurando passar da pesquisa básica sobre sinalização para a contextualização de alguma doença”, afirmou Amarante-Mendes.

O artigo Melatonin Protects CD4+ T Cells from Activation-Induced Cell Death by Blocking NFAT-Mediated CD95 Ligand Upregulation (doi:10.4049/jimmunol.0902961), de Gustavo Amarante-Mendes e outros, pode ser lido por assinantes do Journal of Immunology em www.jimmunol.org/cgi/content/short/jimmunol.0902961v1

Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/09/23/pesquisadores-descobrem-como-hormonio-ativa-celulas-do-sistema-imunologico.jhtm

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Renda-se aos sucos

Ao reunir ingredientes de peso, os sucos ajudam a conquistar uma saúde de ferro. O melhor é que tem para todos os gostos e objetivos

Que eles são refrescantes, todo mundo sabe. O que pouca gente conhece são os inúmeros benefícios que os sucos são capazes de proporcionar à saúde, como desintoxicação do sangue, ativação do sistema imunológico, estímulo do trânsito intestinal e por aí vai. "Trata-se de um recurso fácil e rápido para aumentar o consumo de nutrientes que ajudam na prevenção e no tratamento de vários tipos de doenças", analisa a nutricionista funcional Andrezza Botelho, de São Paulo.
Dado o recado, solte a imaginação e capriche na escolha dos ingredientes - frutas, hortaliças e ervas estão entre as boas pedidas. Se ainda não sabe por onde começar, sem problemas: a seguir, ensinamos sete receitas simples e poderosas.
 
Suco revigorante
 
 
Ingredientes
1 cenoura
1 manga cortada em cubos
1 inhame médio picado
1 colher (sobremesa) de linhaça dourada
Suco de 1 limão
Preparo Bata todos os ingredientes no liquidificador e tome imediatamente.
Rendimento : 1 copo

Desintoxicação

A cenoura é rica em betacaroteno, um precursor da vitamina A, e apresenta boas doses de vitaminas C e E. Além disso, carrega fibras, que ajudam a reduzir o colesterol sanguíneo. "Quando preparada em forma de suco, ela é eficiente na eliminação do excesso de água do organismo", completa Andrezza Botelho. Já o inhame tem atividade anti-inflamatória e efeito desintoxicante, eliminando as impurezas do corpo. A linhaça, por sua vez, favorece a fluidez sanguínea, uma notícia boa para o bem-estar do coração. Apesar do sabor ácido, o limão é alcalinizante, o que beneficia o organismo como um todo. "Ele também é rico em terpenos, substâncias que auxiliam o fígado a eliminar toxinas", conta a nutricionista. A manga, por fim, tem propriedades diuréticas, auxilia na depuração do sangue e seu alto teor de fibras não deixa o intestino emperrar. Em resumo: essa combinação faz do suco um aliado na luta contra o envelhecimento, doenças infecciosas e alguns tipos de câncer, ativa o sistema imunológico, depura o sangue e promove desintoxicação. Beba uma vez ao dia.

Suco diurético


Ingredientes
Chá de cavalinha (Equisetum arvense)
1 punhado de salsinha
1 fatia grossa de melancia
1 fatia grossa de melão
2 folhas de couve orgânica

Diminui o sódio

Andrezza Botelho informa que, no geral, sucos de acelga, espinafre, couve, cenoura, aipo, melancia, pepino, uva, alface e melão cantalupo (com sementes) são recomendados em casos de retenção hídrica. Isso porque possuem componentes importantes, como potássio, mineral que ajuda a diminuir os efeitos do sódio - um dos grandes responsáveis pela detenção de água pelo organismo; magnésio, substância que geralmente é perdida com a diurese; e vitamina B6, cuja ausência reduz a capacidade dos rins de excretar o sódio. O diferencial desse suco fica por conta do chá de cavalinha que, além de ser rico em flavonoides e potássio (responsáveis pelo efeito diurético e protetores do fígado), esbanja altas taxas de silício, que tem como principais características auxiliar na formação de tecidos conjuntivos e da cartilagem. "Ótimo para a pele, ajuda a evitar estrias", ressalta a nutricionista. Para escapar da retenção, beba uma vez ao dia.
 
Suco verde


Ingredientes
1 pepino (ou 1 abobrinha, ou 1 chuchu, ou 1 beterraba pequena, ou 1 inhame, ou 1 pedaço de abóbora, ou 1 cenoura, ou todos esses ingredientes juntos)
1 maçã tipo fuji
3 tipos ou mais de folhas (couve, chicória, agrião, alface, repolho, acelga) Sementes germinadas e castanhas hidratadas: um ou mais tipos de trigo, girassol, aveia, gergelim, linhaça; e nozes, amêndoas, castanhas do Brasil Hortelã ou gengibre
Preparo
Para a germinação de sementes, deixe-as de molho durante oito horas (à noite).
No dia seguinte, escorra a água e coloque as sementes em uma peneira ou escorredor, regando de seis em seis horas. No outro dia, elas já terão um "narizinho" apontando, indicando a germinação. Para a hidratação das castanhas e da linhaça, deixe-as de molho em água durante a noite. Para o suco, no copo do liquidificador, coloque o pepino picado junto à hélice do aparelho. Em seguida, acrescente a maçã e o inhame picado (e/ou beterraba, e/ou abóbora). Ligue o liquidificador na primeira velocidade e soque com o auxílio da cenoura. O movimento da hélice e a "socagem" formarão uma papa. Em seguida, coloque as folhas, os temperos e as sementes (e/ou castanhas), batendo em velocidade mais acelerada.
Coe em um coador de pano, preferencialmente de voil. Depois, acrescente um fio de qualquer azeite extravirgem (linhaça, gergelim, castanha do Brasil) ao suco, para absorção das vitaminas lipossolúveis. Beba em seguida.

Maior disposição

Trata-se de uma bebida que atende ao organismo como um todo, e não funções e órgãos específicos. Segundo o médico Alberto Peribanez Gonzalez, autor do livro Lugar de Médico é na Cozinha (editora Alaúde), o suco apresenta elementos antioxidantes, capazes de combater os perigosos radicais livres; probióticos, ou seja, bactérias benéficas que ajudam no funcionamento do intestino; enzimas que favorecem funções metabólicas, como coagulação do sangue e regulação de atividades inflamatórias e cardiovasculares. "Basta tomar um copo desse suco todos os dias, pela manhã, para observar grandes modificações no organismo", avisa. Entre essas alterações estão a melhora das funções urinária e intestinal, redução do peso, maior disposição, estímulo do pensamento e da memória e estabilização dos níveis de pressão arterial. "Como a bebida possui ingredientes variados, é possível que o organismo entre em contato com nutrientes que nunca recebeu", observa Gonzalez.
 
Suco contra o colesterol

 
 
Ingredientes

Chá branco
1 kiwi
1 cenoura pequena
10 grãos de uvas escuras
1 colher (chá) de gengibre ralado
1 colher (sopa) de farelo de aveia

Preparo
Para o chá branco, coloque duas colheres (chá) da erva em 200 mililitros de água quente. Espere cinco minutos e coe. Para o suco, depois que o chá estiver pronto, bata-o no liquidificador com todos os ingredientes. Em seguida, use mel para adoçar.
Rendimento: 1 copo

Artérias protegidas

De todos os ingredientes, o chá branco certamente é o que merece maior destaque. De acordo com a nutricionista e farmacêutica Lucyanna Kalluf, da capital paulista, "ele é rico em tanino, substância que favorece a redução das taxas do colesterol LDL, considerado ruim, e fortalece as artérias, ajudando na prevenção de doenças cardíacas e circulatórias". A alta concentração de antioxidantes do chá ainda reserva outra surpresa: a neutralização de radicais livres, moléculas responsáveis pelo envelhecimento celular. Outro ingrediente valioso nesse suco é o gengibre, já que ele aumenta as secreções gástricas e acelera a digestão. Para finalizar a trinca de ouro, há o farelo de aveia, fonte de betaglucanas.
Segundo a nutricionista, essas maravilhas estimulam o organismo a absorver uma quantidade menor da gordura vinda dos alimentos. "Suas fibras ainda facilitam o trânsito intestinal", aponta. Para aproveitar as vantagens, recomenda-se tomar o suco diariamente, de preferência duas vezes - uma de manhã e outra à noite.

Suco contra gastrite, úlcera e problemas de fígado





Ingredientes
1 folha de couve
2 folhas de boldo fresco
¼ de batata
1 copo de água
Preparo
Bata todos os ingredientes no liquidificador.
Coe em seguida.
Rendimento: 1 copo

Tchau, acidez!


A bebida é formada por três ingredientes preciosos que, juntos, segundo o fitoterapeuta e naturopata André Resende, de São Paulo, "são excelentes para combater a gastrite e a acidez estomacal". A couve é rica em ferro e clorofila e possui propriedades cicatrizante e antiácida. Já o boldo é considerado hepatoprotetor, ou seja, protege o fígado e "ainda age como desintoxicante", diz. O arremate fica por conta da batata, com sua incrível capacidade de combater a acidez do estômago. "O suco pode ser consumido assim que o desconforto aparecer, já que a situação tende a melhorar na hora", comenta o fitoterapeuta paulista. Em incômodos prolongados, invista na receita três vezes ao dia: de manhã, antes do almoço e antes do jantar.

Suco contra insônia e ansiedade




Ingredientes
3 folhas de erva-cidreira fresca
1 maçã
1 maracujá (polpa)
1 talo de alface
1 litro de água
Preparo
Bata todos os ingredientes no liquidificador. Em seguida, adoce.
Rendimento: 1 litro


Que soninho...


Segundo Resende, todos os ingredientes do suco têm propriedades calmantes. Por isso, a bebida é indicada para as pessoas que sentem dificuldade em descansar após um dia agitado.
O melhor de tudo é que, além de facilitar o relaxamento, seus componentes brindam o corpo com outros benefícios. A maçã, por exemplo, conta com substâncias antioxidantes e tem uma casca rica em fibras. Por isso, dá uma força ao intestino, fazendo-o funcionar direitinho. A erva-cidreira elimina os incômodos gases estomacais e apresenta função digestiva. A polpa do maracujá é outra ótima pedida, já que carrega vitamina C e possui ação antioxidante.
É válido lembrar que, para ter um sono reparador, o ideal é ingerir cinco xícaras (chá) ao dia, sendo uma antes de se deitar. "O suco não é tão calmante a ponto de atrapalhar as atividades diárias. Ele apenas tira a ansiedade e torna mais fácil o relaxamento depois da jornada estressante", salienta.

Suco afasta gripe




Ingredientes
1 fatia de abacaxi
4 ramos de agrião (com talo e folhas)
1 rodela de gengibre
1 limão descascado
6 folhas de hortelã
1 copo de água
Preparo
Bata todos os ingredientes no liquidificador. Em seguida, coe e adoce com mel.
Rendimento: 1 copo


Descongestionante

Corpo pesado, nariz escorrendo, dor de cabeça... Ninguém merece conviver com esses sintomas que acompanham a gripe, certo? Para não ir a nocaute, o jeito é combater a doença de frente. De acordo com Resende, o suco é perfeito para a empreitada. Para começar, a bebida leva abacaxi, fruta rica em vitamina C e em uma substância chamada bromelina, que funciona como tônico peitoral - ou seja, é uma maravilha para os pulmões!
O agrião tem propriedade expectorante. O gengibre é tiro e queda em casos de fraqueza. "Sem contar que ele é termogênico, ou seja, acelera o metabolismo. Essa propriedade favorece a ação do suco no organismo e ainda facilita o emagrecimento", observa Resende. Já o limão é reconhecido por carregar bastante vitamina C e ser antibactericida e antifungicida. A hortelã, por fim, é um poderoso descongestionante das vias respiratórias. Para quem já está gripado, o fitoterapeuta recomenda a ingestão do suco três vezes ao dia, em qualquer horário.


Texto extraído do site: http://revistavidanatural.uol.com.br/saude-alimentos/40/artigo181252-3.asp

Exercícios e Imunologia

Fonte: http://www.ruinelson.net/wp-content/uploads/2009/01/pilates3.jpg



O estudo da relação entre o exercício e a resposta imunológica de pessoas com problemas de baixa resistência a infecções e que tinham doenças ligadas ao estresse, teve grande impulso a partir da década de 70. As principais áreas de interesse iniciaram-se com o estudo da infecção de vias aéreas superiores, em atletas submetidos a grandes esforços, e a resposta do treinamento como resposta adaptativa frente a situações de estresse.


Luiz Fernando Pereira Bicudo Rosa e colaborador, da Universidade Federal de S.Paulo, fizeram uma descrição da interação entre os sistemas imune e neuroendócrino. O exercício gera um desvio da homeostase (equilíbrio) orgânica que leva à reorganização das respostas de diversos sistemas, entre eles o sistema imune. A resposta ao exercício pode ser aguda, que é transitória em relação ao estresse e resposta de adaptação crônica, na qual o treinamento capacita o organismo a lidar com o estímulo estressante de maneira mais adequada. Ambas as respostas afetam os diversos componentes do sistema imune, tanto a resposta inata em seu componente celular, compreendendo neutrófilos, acrófagos e células natural killer, como em seu componente humoral, proteínas de fase aguda, sistema do complemento e enzimas, como o sistema imune adaptativo, em seu componente celular (linfócitos T e B), como no componente humoral (anticorpos e citosinas). Apesar das possíveis incorreções contidas nas generalizações, de modo geral, o exercício de intensidade moderada, praticado com regularidade, melhora a capacidade de resposta do sistema imune, enquanto o exercício de alta intensidade praticado sob condições estressantes provoca um estado transitório de imunodepressão.
 
Fonte: http://intramed.uol.com.br/jornal.asp?a=ler&idtema=8&id=84

domingo, 26 de setembro de 2010

Pode estar surgindo medicamento que desativa os vírus mais mortais do mundo

É possível que uma série de compostos iniba a capacidade viral de invadir as células e criar resistências

Guerra viral: novo composto apresenta ação contra o ebola, Nipah,HIV e outros


Benhur Lee pode ter descoberto um medicamento possivelmente capaz de desativar a pandemia dos vírus HIV, Ebola, gripe comum e, talvez, todo tipo de vírus existente no planeta. A maior vantagem desse novo medicamento é que impede os vírus de criar resistência.
Se isso soa como “bom demais para ser verdade”, você não está sozinho. Lee estava cético mesmo, e é por isso que demorou quatro anos em um trabalho detalhado em seu laboratório na University of California, Los Angeles (UCLA), junto com colaboradores espalhados por todo o país.
Lee é especialista em envelope viral ─ superfície exterior e dinâmica de um vírus. O estudo começou com o rastreio de 30 mil compostos para tentar inibir as atividades de um vírus chamado Nipah. Esse vírus é tão mortal que qualquer tipo de estudo com ele só pode ser feito em um laboratório de nível 4 em biossegurança (existem apenas quatro laboratórios como esse nos Estados Unidos).
Lee criou um vírus hibrido usando um vírus relativamente inofensivo como base apenas o envelope do Nipah. Dessa forma, os testes para saber se o determinado composto poderia inibir a entrada do vírus nas células foram realizados em laboratórios comuns.
“O composto LJ001 realmente parecia ser eficaz, pois podia inibir a concentração do patógeno sem ser tóxico para as células”, explicou Lee.
Após uma série de estudos, os pesquisadores confirmaram a atividade e a ausência de toxicidade. Lee então enviou algumas amostras do composto e de um controle para um colega do laboratório da Ala Médica da University of Texas em Galveston, que o testou contra o vírus Nipah, Ebola e outros. Os pesquisadores ficaram espantados quando perceberam que o LJ001 inibiu a entrada de todos os vírus testados.
"Começamos a testar uma lista de 20 vírus, e todos foram inibidos pelo novo composto. Eu não tinha idéia do que estava acontecendo, não consegui achar nada em comum sobre os vírus, mas mesmo assim estavam sendo abatidos", disse Lee. Finalmente, quando os pesquisadores testaram o composto contra o adenovírus, ele se mostrou resistente. Só então entenderam a semelhança: o LJ001 só consegue inibir vírus que tenham um envelope lipídico.
Lee demonstrou que o composto se liga aos lipídeos no envelope de ambos os vírus e inibe a invasão celular. Eventualmente, percebeu que ele causa danos para ambos os organismos. A diferença é que nossas células estão preparadas para consertar anormalidades. Como os vírus são mais primitivos, não possuem mecanismos de reparo. Lee está trabalhando para tentar superar algumas barreiras que foram identificadas, ele reconhece precisará de uma grande equipe de especialistas para conseguir por o medicamento nas prateleiras das farmácias.
"A amplitude da atividade antiviral é fascinante, mas temo que possa haver mais toxicidade do que é esperado. Células primárias são frequentemente muito mais sensíveis do que as dos laboratórios", segundo Warner Greene, diretor do Instituto Gladstone de Virologia e Imunologia da University of California.

sábado, 25 de setembro de 2010

Aula de 24/09/2010 - Atuação das Citocinas em Tumores

A imunidade contra tumores mediadas por céls, podem ser aumentada pela expressão de citocinas e co-estimuladores em células tumorais e pelo tratamento de indivíduos portadores de tumor com citocinas que estimulam a proliferação e diferenciação dos Linf. T e as céls NK.

Resumo
  • Os tumores expressam Ag que são reconhecidos pelo SI, mas a maioria dos tumores é fracamente imunogênica e as respostas imunológicas com freqüência não previnem o crescimento de tumores. O SI pode ser estimulado a destruir eficazmente os tumores.
  • Ag tumorais conhecidos pelo CTLs são os principais indutores e alvos da imunidade antitumoral. Esses Ag incluem mutantes de oncogenes e de outras proteínas celulares, proteínas normais cuja expressão é desregulada ou aumentada em tumores,e produtos de vírus oncogênicos.
  • Ac específicos para céls tumorais reconhecem Ag que são utilizados para diagnóstico e são alvos em potencial para a terapia com Ac. Esses Ag incluem oncofetais, que são expressos normalmente durante o estágio fetal, e cuja expressão é desregulada em alguns tumores; glicoproteínas e glicolipídeos de superfície alterados; e moléculas expressas normalmente nas céls das quais os tumores se originam, sendo, portanto, Ag de diferenciação para tipos particulares de céls.
  • As respostas imunólogicas capazes de destruir céls tumorais consistem em CTLs, céls NK e macrófagos ativados. O papel desses mecanismos imunológicos efetores na proteção de indivíduos contra tumores não está bem definido.
  • Os tumores evadem as respostas imunológicas por meio de vários mecanismos, incluindo a sub-regulação da expressão de moléculas do MHC, selecionando células que não expressam Ag tumorais, produzindo substâncias imunossupressoras e induzindo tolerância a Ag tumorais.
  • A imunoterapia contra tumores é elaborada visando amplificar as respostas imunológicas ativas contra estes tumores, ou administrar efetores imunológicos especifícos para tumor em pacientes. As respostas imunológicas podem ser ativamente potencializadas pela imunização com céls tumorais ou Ag, pela administração de tumores modificados expressando altos níveis de co-estimuladores ou citocinas, que ativam a proliferação e diferenciação de céls Tm e pela admistração sistêmica de citocinas. A imunidade antitumoral também pode ser aumentada pelo bloqueamento das vias inibitórias da imunorregulação. As abordagens de imunoterapia passiva incluem administração de Ac antitumorais, Ac conjugados com medicamentos tóxicos (imunotoxinas), e céls T e NK reativas ao tumor, isoladas de pacientes e propagadas pelo cultivo com fatores de crescimento.


Abreviações: GM-CSF, fator estimulador de colônias de granulócitos-macrófagos; TNF, fator de necrose tumoral.


Figura 1: Atuação de citocinas em tumores
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/jbpneu/v34n5/a11fig04.gif


Referência Bibliografica:
Texto e Tabela retirados :

Abbas, A. K.; Lichlman, A. H.; Pillai Shiv. Imunologia: celular e molecular. Rio de Janeiro: Elsevier,6ª ed. 2008.

Aula de 24/09/2010 - Citocinas

- São proteínas produzida por células do Sistema Imune (SI);
- Atuam estimulando ou inibindo o crescimento e diferenciação das células do SI;
- Suas ações podem ser:
  • Autocrina: a citocina atua na própria célula que a produziu;
  • Paracrina: a citocina atua em uma célula próxima da célula que a produziu;
  • Endocrina: a citocina é lançanda na corrente sanguínea, atuando longe da célula que a produziu.
A Autocrina e a Paracrina possuem Ação Local e a Endocrina possui Ação Sistêmica.

- Propriedades:
  • Pleiotropismo - efeitos múltiplos sobre mais de um tipo celular;
  • Redundância - ocorre quando duas ou mais citocinas apresentam a mesma ação;
  • Sinergia - citocinas diferentes apresentam efeitos potencializados quando atuam juntas;
  • Antagonismo - citocinas que apresentam efeitos contrários.
Exemplo:

IFN-γ (Interferon gama) e INF (Fator de necrose tumoral) - aumenta a expressão do MHC. (ação de sinergismo, pois ambas as citocinas atuam juntas para potencializar a ação).

IL-2 (Interleucina) e IL-4 - Célula B (Linfócitos B) - proliferação (ação de redundância, pois ambas apresentam a mesma função, neste caso a produção da cél B).


Figura 1: IFN - γ ativano o macrófago
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-imunologico/imagens/sistema-imunologico-15.jpg




Figura 2: INF - Gama ativando as Céls do SI
Fonte: http://pathmicro.med.sc.edu/portuguese/chap13-2.gif

Figura 3: Molécula de Interferon Gama
Fonte: http://www.activamune.com/IFN-G.jpg
Figura 4: Molécula do fator de necrose tumoral
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3b/TNFa_Crystal_Structure.rsh.png/300px-TNFa_Crystal_Structure.rsh.png


INF - γ ativa o macrófago, já a IL-10 inibe o macrófago (Ação de antagonismo, pois apresentam efeitos contrários)
IL-4 - Age na céls B e T (Ação pleiotropica, pois possui efeito em mais de um tipo celular)

Citocinas da Imunidade Natural

- Células produtoras: Macrofágos e NK

Figura 5: Macrófagos atacando um Ag
Fonte: http://agaudi.files.wordpress.com/2008/04/p276204-macrophages_attacking_larva_sem-spl.jpg
Figura 6: NK atacando um Ag
- Atuação nos processos inflamatórios
- Exemplo: TNF, IL-1, quimiocinas, IL-12, IL-10

Citocinas da Imunidade Adquirida

- Células produtoras: linfócitos T
Figura 7: Linfocito T
Fonte: http://www.profesorenlinea.cl/imagenciencias/linfocitoT001.jpg
- Atuação: crescimento e ativação dos linfócitos
- Exemplo: IL-2, IL-4, IL-5, IFN-Gama

Figura 8: Molécula da Interleucina
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d2/Interleukin_16.png/250px-Interleukin_16.png
Figura 9: Atuação da IL-2

Figura 10: Atuação do IF-1
Fonte: http://bvs.sld.cu/revistas/mil/vol28_1_99/f0209199.gif


Imunidade Natural

Figura 11: Imunidade Natural

Fluxograma 1: Como ocorre a Imunidade Natural. O Ag estimula o macrófago e a cél NK, porém o macrófago secreta IL-12 que ativara a NK, a NK por sua vez produz IFN-Gama que ativa o macrófago ( um ativa o outro). O macrófago secreta também TNF, IL-1 e quimiocina (ação de redundância) que ativa os neutrófilos e causa a inflamção.


Imunidade Adquirida



Fluxograma 2: Imunidade Adquirida, as céls Apcs são responsáveis por apresentar o Ag ao Linf T, que secretam IL-2, que consequentemente aumentam a proliferação das Céls T, que produzira IFN-Gama, o qual ativará os macrófagos. Já as IL-2, IL-4, IFN-Gama ativarão as Céls B, que por sua vez ativam os AC. A IL-2 ativam as Céls T, que ativarão os Tc.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Selênio e o câncer

O selênio é um elemento traço essencial para a saúde humana. Dentre suas principais funções destacam-se: ação antioxidante, proteção contra ação nociva de metais pesados e xenobióticos, prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis, elevação da resistência no sistema imunológico e sua ação como catalisador na produção de hormônio tireoidiano ativo (triiodotironina - T3).

Este mineral está entre os micronutrientes mais potentes como agente antioxidante no organismo. Pacientes gravemente doentes que apresentam baixos níveis de selênio no sangue apresentam prognóstico negativo, pois se relaciona com o aumento do estresse oxidativo e predisposição à falência de órgãos.
A recomendação da ingestão diária de selênio é de 55 µg para adultos saudáveis a partir de 19 anos de idade. Uma de suas principais fontes alimentares é a castanha do Pará.


Castanha-do-Pará, principal fonte de selênio
Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4mVdmuU0BFyXVN3Pg388A6dpeH8TN9HKCUYqECdEdAVdqbe-9kgkBsZNPVosnMVyvRfMNTm94KNTMV_-XHfj_svlPT6kWVU4DfhlJGY3BMFVoShYYBkRSGgugcjsZs89saoHdGOQoedd8/s1600/castanha-para.jpg

Estudos epidemiológicos observaram que a maior ingestão de selênio está relacionada com menor incidência de câncer de tireóide, pele, mama, ovário, próstata e trato gastrintestinal, especialmente colorretal. Estima-se que o consumo de 200 µg/dia de selênio tenha ação preventiva contra o câncer.
K Ezzedine e colaboradores dermatologistas da Universidade de Bordeaux investigaram o potencial efeito residual da suplementação de antioxidantes sobre a incidência de câncer de pele depois de 8 anos após a ingestão de vitaminas e selênio.Esse estudo foi duplo-cego, controlado por placebo, randomizado, realizado com 12.741 adultos (7713 mulheres com idade entre 35 a 60 anos e 5.028 homens com idade entre 45 a 60 anos) receberam diariamente um placebo ou uma combinação de vitamina C ácido ascórbico (120 mg), vitamina E (30 mg), beta-caroteno (6mg), selênio (100mug) e zinco (20mg), durante 8 anos. Durante o período de suplementação e posteriormente apos a intervenção, surgiram nessa população 10 melanomas em mulheres e em 9 homens (26 e 18, respectivamente, para o período total da suplementação(8 anos) mais pós-suplementação (5 anos). Seis carcinomas de células escamosas foram encontrados em mulheres e 15 homens (10 e 25, respectivamente, para o período total). Alem disso 40 carcinomas basocelulares apareceram nas mulheres e 36 homens (98 e 94, respectivamente, para o período total). Sobre o potencial efeito residual ou atraso de suplementação em mulheres, nenhum risco aumentado de melanoma foi observada durante no período do seguimento pós ingestão de vitamninas. Nenhum efeito retardado quer por melanoma ou não-melanoma, câncer de pele, foram observados para ambos os sexos. O risco de câncer de pele associada à ingestão de antioxidantes diminui após a interrupção da suplementação. Esse fato permite admitir um papel causal para as substâncias antioxidantes na evolução do câncer de pele.

Fonte: http://ram.uol.com.br/materia.asp?id=1473

DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA

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Figura 1: Campanha de doação de medula óssea
Fonte: http://www.ideias.org.br/images/uploads/large/large-resende-promove-campanha-de-doacao-de-medula-ssea.jpg


Vamos ajudar a milhares de pessas portadoras de leucemia e outro tipo de doença do sangue.
Seja um doador de médula óssea e ajude a salvar uma vida.


Como estudantes de Fármacia, estamos promovendo essa campanha de doação!!!!




Avanços nos transplantes de medula

Figura 1: Partes da medula óssea que podem ser utilizadas no transplante
Fonte: http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/images/ency/fullsize/100112_12664.jpg
O Congresso da Sociedade Brasileira de transplante de Medula Óssea (SBTMO) foi realizado nos dias 24ª 28 de Agosto de 2010 em Porto de Galinhas em Pernambuco. A Doença crônica do Enxerto Contra Hospedeiro (DECH) foi um dos temas mais discutidos A DECH é uma complicação de caráter imunológico que acomete de 40 a 80% dos pacientes submetidos ao transplante alogênico (a medula vem de um outro doador) de medula óssea e é dependente da idade, compatibilidade entre doador e receptor, tipo de fonte de células para o transplante. É uma doença que se assemelha às doenças imunológicas (reumáticas) e que impacta negativamente na sobrevida e qualidade de vida destes pacientes. A comparação entre as fontes de células para o TMO-Transplante de Medula Ossea Neste tema, a célula tronco do sangue periférico se consolidou para doenças malignas, com exceção das leucemias de baixo risco; a medula óssea para doenças não malignas. Há um importante crescimento no mundo do uso de sangue do cordão umbilical, tanto em crianças quanto em adultos. Estes dados foram apresentados e discutidos pelo Dr. Joachim Deeg, da Universidade de Washington em Seattle que deu uma aula de quem esta apto a receber um transplante alogênico


O uso do transplante alogênico de células progenitoras hematopoéticas (HCT) tem se expandido progressivamente, facilitada pelo aumento da disponibilidade de doadores não relacionados ou não da mesma família e do sangue do cordão umbilical permitiu a inclusão de pacientes mais velhos como candidatos ao transplante. Indicações do transplante continuam diagnóstico dependente. Como existem novas modalidades de tratamento alem dos transplantes muitos pacientes submetem se a HCT somente quando deixou de responder a terapia anterior. No entanto, pacientes com doença refratária ou avançada freqüentemente tem uma recaída após HCT, mesmo com o condicionamento em altas doses, e mais ainda com os regimes de intensidade reduzida, usado para pacientes de idade avançada ou com condições co-mórbidas. Assim, os pacientes com neoplasias de alto risco que também têm importantes co-morbidades ou tem idade avançada, estão em risco elevado de recidiva e mortalidade provavelmente não devem ser transplantados. Estar em remissão, ou pelo menos ter demonstrado capacidade de resposta à terapia pré-HCT, é geralmente associado ao sucesso aumentado do transplante. Além disso, para lidar com o estresse associado com HCT, os pacientes precisam de um bom sistema de apoio social, e uma rede de segurança financeira. Eles precisam estar bem informados, não só sobre o processo de transplante, mas também sobre os eventos esperados ou potencial pós-HCT, incluindo doença do enxerto versus hospedeiro e efeitos a longo prazo que podem se manifestar anos depois HCT.
 
Fonte: http://ram.uol.com.br/materia.asp?id=1543

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Duro combate ao Lúpus

Deduzir as causas dessa doença auto-imune constitui um desafio. A recompensa deverá ser o desenvolvimento de terapias melhores e mais específicas.


O Lúpus, tecnicamente denominado Lupus erythematosus, significa "lobo vermelho". Foi assim denominado devido a uma mancha no rosto peculiar à doença que frequentemente deixa as pessoas com aparência de lobo.

Uma mulher de 24 anos submete-se a uma avaliação médica devido a insuficiência renal e convulsões semelhantes à epilepsia que não reagem a drogas específicas. Seu sinal mais visível de doença, porém, é uma mancha cutânea avermelhada em forma de borboleta no rosto. Uma mulher de 63 anos vai ao hospital para tentar descobrir por que sente fadiga, suas articulações doem, e ao respirar, às vezes, sente dor aguda.

Desde jovem, ela evita o sol, que lhe provoca bolhas dolorosas na pele desprotegida. Outra mulher de 20 anos fica surpresa ao saber, depois de um exame de rotina, que o nível de proteína em sua urina está anormalmente elevado - sinal de distúrbio da função renal. Uma biópsia do rim revela inflamação.
Embora os sintomas variem, a doença das três pacientes é a mesma - lúpus eritematoso sistêmico, que atinge cerca de 1,4 milhão de americanos, entre eles uma em cada 250 mulheres afro-americanas entre 18 e 65 anos. A doença pode afetar pele, articulações, rins, coração, pulmões, vasos sangüíneos ou o cérebro. E até matar.

Há bastante tempo, os cientistas sabem que o lúpus surge de uma disfunção imunológica que envolve moléculas de anticorpos. O organismo saudável produz anticorpos em resposta a invasores, como bactérias. Eles se ligam a moléculas do invasor que são percebidas como estranhas (antígenos) e então causam-lhes danos ou as marcam para que sejam destruídas por outras partes do sistema imunológico. Em pacientes com lúpus, porém, os anticorpos percebem suas próprias moléculas como estranhas e as atacam.
Acredita-se que esse auto-ataque - ou auto-imunidade - seja a causa de muitas doenças, entre elas diabetes tipo 1, artrite reumatóide, esclerose múltipla e, possivelmente, psoríase. O lúpus, porém, é um caso extremo. O sistema imunológico reage com força a uma enorme variedade de moléculas do paciente. Os alvos podem estar na superfície e no interior de células ou até em seu núcleo. Na realidade, o lúpus é notório pela presença de anticorpos que visam o DNA do paciente. Em tubos de ensaio, esses "auto-anticorpos" anti-DNA conseguem digerir o material genético.
Até recentemente, os pesquisadores não entendiam as causas desse múltiplo ataque. Mas os eventos moleculares começam a ser esclarecidos. Também são investigados aspectos mais básicos, embora ainda enig-máticos, do funcionamento do sistema imunológico: a distinção entre o "eu" e o "não-eu"; a manutenção de autotolerância (não agressão contra tecidos nativos); e o controle sobre a intensidade de cada resposta imunológica. As descobertas sugerem novos meios de tratamento e até de prevenção, não só do lúpus mas também de outras doenças auto-imunes.


Dados Conhecidos
Os auto-anticorpos contribuem de diversas maneiras para causar dano aos tecidos. No sangue, um auto-anticorpo que reconhece um determinado auto-antígeno pode se ligar a ele formando um complexo imune capaz de se depositar em qualquer tecido. Eles também reconhecem auto-antígenos presentes em tecidos e produzem complexos imunes no próprio local. Independentemente de como os complexos se acumulam, eles prenunciam problemas.
Por exemplo, os complexos tendem a recrutar componentes do sistema imunológico denominados moléculas complementares, que podem causar dano diretamente aos tecidos. Com ou sem a ajuda dessas moléculas, eles também produzem resposta inflamatória, que envolve uma invasão por leucócitos que formam um escudo e destroem qualquer agente causador de doença. Inflamações são um mecanismo de proteção, mas se surgem na ausência de um perigo real ou persistem por muito tempo, as células inflamatórias e suas secreções podem causar danos aos tecidos que deveriam proteger. A inflamação também pode causar proliferação anormal de células de um tecido afetado, o que pode alterar seu funcionamento.
No rim, complexos imunes podem se acumular nos glomérulos capilares responsáveis pela filtragem do sangue. Em excesso, causam glomerulonefrite, reação inflamatória que pode prejudicar o órgão. Alguns auto-anticorpos do lúpus causam danos diretos. Em estudos de laboratório, notou-se que se ligam a células e inibem suas funções.
O verdadeiro mistério sobre o lúpus é o que antecede tais eventos. Prediposição genética parece ser parte da resposta. Cerca de 10% dos pacientes têm parentes próximos que manifestam a doença, padrão que representa contribuição genética. Além disso, pesquisadores descobriram maior concordância na manifestação do lúpus - seja a presença, seja a ausência compartilhada - em conjuntos de gêmeos idênticos (que são geneticamente indiferenciáveis) do que em gêmeos fraternos (cujos genes não são mais semelhantes do que entre outros pares de irmãos).

Pistas Genéticas
Estimulados por essas descobertas, os geneticistas buscam os genes culpados, inclusive aqueles que conferem maior suscetibilidade à enorme maioria de pacientes que não têm histórico familiar da doença. O conhecimento sobre os genes, sobre as proteínas que codificam e sobre os papéis normais dessas proteínas deverá, no futuro, ajudar a esclarecer como o lúpus se desenvolve e sugerir maneiras de controlá-lo.
Em ratos propensos ao lúpus, foram identificadas mais de 30 regiões cromossômicas extensas associadas ao lúpus ou com resistência a ele. Algumas vinculam-se a elementos específicos da doença. Uma região, por exemplo, abriga, aparentemente, genes que participam da produção de auto-anticorpos que reconhecem componentes do núcleo da célula (embora essa região não codifique anticorpos); outra influencia a gravidade da inflamação nos rins desencadeada por complexos imunes ligados ao lúpus.
Nos humanos, a história genética pode ser mais complexa. O DNA de famílias com vários pacientes com lúpus é escaneado para identificar traços genéticos compartilhados pelos pacientes, porém não pelos outros membros da família. Esse trabalho revelou uma conexão entre o lúpus e 48 regiões cromossomômicas. Seis delas (em cinco cromossomos diferentes) parecem ter maior influência na suscetibilidade. Agora, os pesquisadores precisam identificar os genes relacionados a lúpus nessas regiões.
Parece razoável concluir que diversos genes humanos podem conferir suscetibilidade ao lúpus, embora cada um dê apenas uma contribuição difícil de ser detectada. E diferentes combinações de genes podem criar as condições básicas para o surgimento do lúpus em pessoas diferentes. Porém, genes individuais raramente, ou mesmo nunca, são o causador primário. Se assim fosse, mais filhos de pais com lúpus teriam a doença, mas isso só ocorre em cerca de 5% dessas crianças. O lúpus poucas vezes ataca diversas gerações de uma família.
Se apenas os genes sozinhos raramente são os culpados pela doença, fatores ambientais devem desempenhar um papel. O mais notório é a luz ultravioleta. De 40% a 60% dos pacientes são fotossensíveis: exposição à luz do sol, por 10 minutos ao meio-dia no verão, pode de repente causar erupções na pele, que fica avermelhada, parecendo uma lixa. Exposição prolongada pode causar um fulgor mais intenso. Mas como isso ocorre não está claro. Uma hipótese é que a irradiação ultravioleta induziria mudanças no DNA de células cutâneas, tornando as moléculas estranhas (do ponto de vista das defesas do corpo) e antigênicas em potencial. Com a irradiação, as células tendem a se romper, liberando os antígenos, o que pode desencadear uma resposta auto-imune.
Alguns remédios também são gatilhos para o lúpus, como hidralazina (para controle da pressão sangüínea) e procainamida (batimentos cardíacos irregulares). Mas em geral os sintomas desaparecem quando a medicação é interrompida. Em outros casos, uma infecção branda ou aguda e algumas vacinas podem desencadear ou agravar o lúpus. Um suspeito é o vírus Epstein-Barr, que causa a mononucleose infecciosa, ou "doença do beijo". Entretanto, não há nenhuma prova incontestável de que alguma bactéria, vírus ou parasita transmitam a doença. Outros fatores possíveis são dietas ricas em gordura saturada, poluentes, cigarros e, talvez, stress físico ou psicológico extremos.
Outra linha de pesquisa revelou anormalidades celulares e moleculares que poderiam provocar ou sustentar atividade auto-imunológica. Uma anomalia notável diz respeito a um processo denominado apoptose, ou suicídio celular. Para o organismo funcionar de forma adequada, precisa descartar continuamente células que atingiram o fim de sua vida útil ou ficaram perigosas. O corpo induz as células a produzir proteínas que, em essência, destroem-nas a partir de seu interior - por exemplo, despedaçando proteínas celulares e cromossomos no núcleo. Mas a velocidade da apoptose em determinadas células - especialmente os linfócitos B e T, do sistema imunológico - é excessiva em quem tem lúpus.

Suicídio Celular
Quando as células morrem por apoptose, o corpo geralmente descarta os resíduos com eficiência. Mas, nas pessoas com lúpus, esse sistema parece ser defeituoso. O duplo impacto de apoptose acelerada e descarte deficiente pode promover auto-imunidade de forma bastante direta - se o material no interior das células apoptóticas for anormal, a expulsão em grande quantidade pode provocar a produção de anticorpos que, erroneamente, percebem o material aberrante como sinal de invasão por um agente causador de doença. É bem mais provável que essa produção de anticorpos aconteça se o material ejetado, em vez de ser removido, se acumular o suficiente para chamar atenção sobre si mesmo.
Infelizmente, o material que transborda das células apoptóticas dos pacientes com lúpus, em especial os fragmentos de cromossomos, com freqüencia é anormal. Em células saudáveis, algumas seqüências curtas de DNA carregam grupos metil que funcionam como marcadores que controlam a atividade dos genes. O DNA em complexos imunes circulantes em pacientes com lúpus é submetilado. Os cientistas suspeitam que esse padrão poderia contribuir para a auto-imunidade. Em tubos de ensaio, DNA com metilação anormal pode estimular algumas células imunes, incluindo os linfócitos B, que, quando maduros, convertem-se em fábricas de anticorpos. (Talvez o organismo interprete mal esses segmentos incorretamente metilados como sinal da presença de um agente causador de doenças.) Além disso, alguns remédios que causam sintomas de lúpus provocam submetilação do DNA em células T, o que resulta em auto-reatividade dessas células em ratos.
No geral, acredita-se que as células apoptóticas são um reservatório potencial de auto-antígenos capazes de provocar uma resposta de auto-anticorpos. Reforçando essa idéia, a administração intravenosa de grandes quantidades de células apoptóticas irradiadas é capaz de induzir a síntese de auto-anticorpos em ratos normais.
Então, parte do processo que resulta na formação de complexos imunes destrutivos pode envolver a produção, pelo corpo, de antígenos que lhe parecem estranhos, o que faz com que o organismo se comporte como se os tecidos que contêm esses antígenos fossem ameaçadores. Os linfócitos B dos pacientes com lúpus também parecem inerentemente desordenados; são predispostos a gerar anticorpos mesmo quando as moléculas em que se encontram são normais. Em outras palavras, os mecanismos que deveriam assegurar autotolerância ficam descontrolados.

Células Enlouquecidas
O problema parace decorrer de desequilíbrios de sinalização no interior das células B. No organismo saudável, ao maturar, uma célula B converte-se numa máquina de secreção de anticorpos - denominada célula plasmática - depois que receptores na superfície da célula se ligam a um antígeno estranho. Se, em vez disso, uma célula B se liga a um autocomponente, essa vinculação normalmente a induz a se matar, a fechar-se em um estado não reativo (anérgico) ou a "editar" seus receptores até que eles não consigam mais reconhecer o auto-antígeno.
Se a célula vai responder apropriadamente depende da atividade adequada dos caminhos de sinalização internos que reagem a estímulos externos. Estudos com ratos mostram que mesmo desequilíbrios sutis de sinalização podem predispor os animais a produzir anticorpos contra si mesmos. E evidências indicam que certas moléculas sinalizadoras (Lyn, CD45 e SHP-1) na superfície e no interior de células B em pacientes com lúpus aparecem em quantidades anormais.
Outros trabalhos sugerem que não apenas as células B estão desarranjadas. Para que se transformem em produtoras de anticorpos, precisam fazer mais do que se ligar a um antígeno; precisam também receber estímulos de linfócitos T auxiliares. Células auxiliares de pacientes com lúpus são afetadas por anormalidades reminiscentes da sinalização das células B. As aberrações nas células T, porém, podem resultar, indiretamente, na produção de auto-anticorpos - ao fazerem com que células T estimulem, indevidamente, células B auto-reativas.
Outro aspecto notável da doença precisa ser considerado: ela é dez vezes mais comum em mulheres do que em homens. O lúpus também tende a se desenvolver mais cedo nas mulheres (durante os anos férteis). Essa suscetibilidade feminina - observada também em outras doenças auto-imunes - pode ser, em parte, resultado de maior reatividade imunológica em mulheres. Elas tendem a produzir mais anticorpos e linfócitos do que os homens e, provavelmente em conseqüência disso, são mais resistentes a infecções. Entre ratos, as fêmeas rejeitam enxertos estranhos mais depressa do que os machos. Os hormônios sexuais parecem desempenhar um papel nessa reatividade, o que poderia explicar por que, em animais de laboratório, estrógenos exacerbam o lúpus e andrógenos o abrandam.
Os estrógenos podem inflar a reatividade imunológica de várias maneiras. Eles aumentam a secreção de prolactina e de hormônio do crescimento, substâncias que contribuem para a proliferação de linfócitos, os quais produzem receptores sensíveis a estrógenos. Através de tais receptores, os estrógenos podem modular as respostas imunológicas e regular o desenvolvimento de linfócitos, talvez de maneiras que comprometam a tolerância a si mesmo.

Novos Caminhos
Cientistas que estudam as causas do lúpus indagam como os fatores genéticos, ambientais e imunológicos já descobertos articulam-se, causando a doença. Quais eventos ocorrem primeiro, quais são mais importantes e em que medida os processos diferem em cada pessoa? As pistas sugerem pelo menos um cenário parcial de como a doença poderia, tipicamente, desenvolver-se.
A idéia básica é que suscetibilidade genética e influências ambientais podem compartilhar a responsabilidade pela falha no funcionamento do sistema imunológico - mais especificamente, na sinalização dentro de linfócitos e, talvez, no interior de outras células do sistema, como as responsáveis pela remoção de células mortas e de detritos. Uma sinalização defeituosa, por sua vez, resulta em falhas da autotolerância, em morte acelerada de linfócitos e no descarte imperfeito de células apoptóticas e dos auto-antígenos que elas liberam. Disponíveis em abundância à supervisão imunológica desequilibrada, os antígenos, então, orientam o sistema imunológico, de forma errônea, induzindo-o a atacar o próprio corpo.
Existem medicamentos contra lúpus, mas até agora o foco tem sido atenuar as respostas do sistema imune como um todo. Em vez de visar eventos específicos, eles dessensibilizam as defesas gerais do corpo contra doenças infecciosas. Corticosteróides, por exemplo, reduzem inflamações ao custo de intensificar o risco de infecções. O desafio é projetar remédios que impeçam ataques auto-imunes sem afetar muito a capacidade do organismo de se defender contra infecções. Para compreender a lógica do que está sendo testado, é importante entender como as células T auxiliares favorecem a transformação de células B em vigorosas produtoras de anticorpos .
Em primeiro lugar, as auxiliares precisam ser ativadas, o que ocorre mediante interações com as células apresentadoras de antígenos profissionais (como macrófagos e células dendríticas). Essas células ingerem bactérias, células mortas e detritos, picotam-nos, juntam os fragmentos formando moléculas maiores (MHC da classe II) e exibem os complexos MHC-antígenos resultantes na superfície da célula. Caso o receptor em uma célula T auxiliar reconheça um complexo e se ligue a ele, essa vinculação envia um sinal específico de antígeno para a célula T. Se, simultaneamente, uma projeção de uma célula T se liga à molécula parceira B7 na célula apresentadora de antígenos, esse vínculo enviará um sinal independente de antígenos, ou co-estimulatório, para o interior da célula T. Após receber ambas as mensagens, a célula T vai buscar as células B e produzirá ou exibirá moléculas necessárias para ativá-las.
As células B exibem fragmentos de material ingerido em moléculas de MHC da classe II. Se uma célula T auxiliar ativada se ligar através de seu receptor a um complexo desse tipo em uma célula B, e se as células T e B se sinalizarem mutuamente através de moléculas co-estimulatórias, a célula B exibirá receptores para citocinas. Essas pequenas proteínas são secretadas por células T auxiliares ativadas e induzem a célula B a proliferar e maturar, convertendo-se em uma célula plasmática, que emite anticorpos que visam o mesmo antígeno reconhecido pelas células B e T acopladas.
Naturalmente, qualquer resposta imunológica se desliga após o perigo passar. Depois que uma célula apresentadora de antígenos ativa uma célula T auxiliar, a célula T também começa a exibir uma "chave-desliga" denominada CTLA-4. Essa molécula se liga tão avidamente a moléculas B7 em células apresentadoras de antígenos que impede a evolução das células T auxiliares e, em conseqüência, a resposta de células B.
Uma abordagem experimental ao tratamento do lúpus imita essa etapa de desligamento, enviando o CTLA-4 para recobrir as moléculas B7. Em ratos propensos ao lúpus, esse método previne que doenças renais progridam e prolonga a vida. A substância começa a ser testada em humanos.
A segunda abordagem tenta impedir a sinalização entre as células T auxiliares e B. A molécula de uma célula T que se liga a uma célula B para enviar o sinal co-estimulatório para o interior desta é denominada CD154.
Pacientes com lúpus exibem uma produção maior dessa molécula, mas, em ratos propensos à doença, anticorpos projetados para se ligarem à CD154 bloqueiam a ativação da célula B, preservam a função renal e prolongam a vida. Até agora, os testes em humanos com várias versões de anticorpos anti-CD154 resultaram em uma mescla de boas e más notícias. Um deles reduziu significativamente a presença de auto-anticorpos no sangue, de proteína na urina e de alguns sintomas, mas houve formação, em grau acima do aceitável, de coágulos de sangue. Outra versão não incrementou os casos de trombose, mas produziu resultados fracos. Por isso, ninguém sabe se essa abordagem terapêutica terá sucesso.
A terceira estratégia é interferir na atividade da célula B de outra maneira. A citocina Baff, fator secretado por células do sistema imunológico, promove a sobrevivência de células após se ligar a células B. Essa molécula implica diversas doenças auto-imunes, inclusive lúpus - ratos geneticamente modificados para superproduzir Baff ou um de seus três receptores em células B desenvolvem sinais de doença auto-imune, e a Baff parece superabundante tanto em ratos propensos ao lúpus como em pacientes humanos. Teoricamente, impedir que a Baff se ligue a seus receptores deveria minimizar a síntese de anticorpos. Estudos com animais e humanos corroboram essa noção. Em ratos, um receptor chamariz circulante, projetado para absorver Baff antes que ela encontre seus verdadeiros receptores, abranda o lúpus e prolonga a sobrevivência. Estão em andamento testes com seres humanos.
Também poderá ser útil visar outras citocinas. Níveis elevados de interleucina-10 e quantidades deprimidas de fator de crescimento transformador do tipo beta estão entre as mais importantes anomalias envolvendo a citocina reportadas em casos de lúpus. Ratos propensos à doença parecem beneficiar-se de tratamentos que bloqueiam a primeira ou intensificam o segundo. Pesquisadores também estão trabalhando no desenvolvimento de terapias visando diminuir o número de células B. Um agente denominado rituximab, que remove as células B de circulação antes que elas secretem anticorpos, revelou-se promissor nos testes iniciais em pacientes com lúpus sistêmico.
Outras terapias envolvem moléculas projetadas para bloquear a produção de auto-anticorpos anti-DNA ou para fazer com que esses anticorpos se liguem a compostos chamarizes que os aprisionariam e provocariam sua degradação. Um exemplo desse tipo de chamariz é um complexo formado por quatro curtos filamentos de DNA acoplados a uma espinha dorsal inerte. Embora essa idéia seja intrigante, devo admitir que os efeitos de introduzir esses chamarizes tendem a ser complexos.
Algumas citocinas podem ser úteis como terapias, mas remédios à base de proteínas podem ficar comprometidos pela prontidão com que o organismo degrada proteínas circulantes. Para contornar o problema, pesquisadores estão considerando terapias genéticas, que proporcionariam às células a capacidade de produzir, elas mesmas, proteínas úteis. Já se sabe que o fator de crescimento transformador do tipo beta codificador de DNA é eficaz no tratamento de lúpus em ratos, porém poucos testes foram realizados em humanos para prever quão útil será a técnica. Além disso, os cientistas ainda enfrentam dificuldades para aperfeiçoar técnicas de terapia genética em geral.
Enquanto alguns perseguem novas formas de tratamento, outros continuam a sondar os enigmas centrais do lúpus. O que causa a sinalização aberrante em células imunes? E como, precisamente, esse desarranjo de sinalização resulta em auto-imunidade? As respostas podem ser cruciais para desarmarmos os ataques errôneos do organismo contra si próprio.

Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/duro_combate_ao_lupus_imprimir.html

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