segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Identificada via de comunicação molecular para sucesso do transplante de medula

A inibição farmacológica da via de sinalização desencadeada pelo EGFR aumentou a mobilização de células-tronco hematopoiéticas


Profissionais realizam procedimento de transplante de medula


Uma equipe de pesquisadores do Hospital Infantil de Cincinnati identificaram uma via de comunicação molecular, que influencia na mobilização de células-tronco hematopoiéticas (do sangue), capaz de melhorar as taxas de sucesso no transplante de medula óssea.
A inibição farmacológica de uma via de sinalização desencadeada pelo EGFR (receptor do fator de crescimento epidérmico) elevou a mobilização de células-tronco hematopoiéticas em camundongos. A descoberta fornece bases científicas para o aumento da eficácia do transplante de medula óssea autólogo, no qual o paciente doa suas próprias células-tronco antes do procedimento.
"Até 10% dos doadores de medula óssea não conseguem mobilizar um número suficiente de células-tronco, o que impede o transplante autólogo e significa atrasos no tempo de recuperação de transplante", disse Hartmut Geiger, pesquisador da divisão de hematologia experimental e Biologia do Câncer em crianças de Cincinnati e líder do estudo. "Nossos resultados revelam uma nova lógica nas abordagens farmacológicas para melhorar a mobilização de células-tronco e os resultados da cirurgia".
O transplante autólogo de medula óssea é frequentemente usado para restaurar o sistema hematológico de uma pessoa, após ter recebido a radioterapia para tratamento do câncer. Exposições à radiação danificam o sistema, que produz todos os tipos de células de sangue do corpo - incluindo funções vitais do sistema de imunológico.

Nos transplantes de célula-tronco hematopoética clínica (HSC), a fonte preferencial para a mobilização de células-tronco hematopoéticas de medula óssea na circulação sanguínea periférica é alvejar uma proteína sinalizadora, chamada fator estimulante de colônias de granulócitos ou G-CSF. Ela estimula a medula óssea na liberação de HSCs na circulação do sangue periférico. As falhas de mobilização e as taxas de recuperação atrasadas sugerem a necessidade de uma compreensão mais profunda do processo molecular de mobilização.
Isso levou Geiger e seus colegas a buscarem alvos terapêuticos que aumentariam a mobilização da célula-tronco. Eles trabalharam com camundongos criados especialmente (recombinante camundongos isogênicos) para a pesquisa, pois grande parte do conhecimento atual sobre regulação celular e molecular de G-CSF-induzida de células-tronco vem de estudos com ratos. Como o processo de G-CSF, que mobiliza células-tronco hematopoiéticas e células progenitoras é conservada através da evolução entre ratos e seres humanos, linhagens puras são indicadores valiosos para os estudos que podem ser traduzidos para as pessoas.
Com base em pesquisas anteriores, os cientistas foram capazes de selecionar uma região no cromossomo 11, em seus modelos de rato que regulam o G-CSF, induzindo a mobilização de HSCs. Dos 12 genes localizados nesta região, os testes apontaram para a EGFR, proteína envolvida no desencadeamento de reações moleculares que regulam o crescimento celular, a multiplicação e a migração. Mutações no EGFR também têm sido associadas ao câncer.
Os pesquisadores testaram a influência da via G-CSF/EGFR na mobilização de células-tronco em várias formas, incluindo a manipulação genética e a intervenção farmacológica. Em um experimento fundamental, que envolve ratos submetidos a transplante de medula óssea, os pesquisadores usaram uma droga anti-câncer (erlotinib) que bloqueia o caminho EGFR no reforço de mobilização do HSC. Estes ratos tiveram um aumento cinco vezes maior na mobilização de células-tronco.
"Isto sugere uma possível aplicação destes resultados em clínica", disse Geiger. "Experimentos já estão previstos para testarem se este tratamento inovador para reforçar a mobilização HSC pode se traduzir em novas terapias para pacientes humanos".


Fonte: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/11508/ciencia-e-tecnologia/identificada-via-de-comunicacao-molecular-para-sucesso-do-transplante-de-medula

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